Avaliação Psicopedagógica

O processo de avaliação psicopedagógica (dos 6 aos 12, sensivelmente) possibilita uma avaliação dos indicadores clínicos que possam estar a condicionar o processo de aprendizagem para que, dessa forma, se possa delinear um parecer e uma proposta de intervenção psicopedagógica que concilie uma articulação, sintónica e harmoniosa, entre criança-família-escola e promova a tradução, em desempenhos (pessoais, escolares, sociais), do potencial de uma criança.

Uma avaliação psicopedagógica engloba um exame clínico minucioso de diferentes dimensões, especificamente:

 

  • personalidade e funcionamento sócio-emocional
  • dinâmica sócio-afectiva
  • nível global de aptidão cognitiva (ou estimativa do potencial intelectual)
  • competências intelectuais e funções neurocognitivas (atenção, memória, linguagem, por exemplo)
  • capacidades expressivas e competências neurolinguísticas
  • competências psicomotoras (motricidade geral e destreza óculo-manual) e competências grafo-motoras e visuopercetivas
  • consciência espácio-temporal, autoconceito e autonomia

A avaliação psicopedagógica será essencial nas circunstâncias em que os pais/representantes legais, educadores (no contexto do seu sistema de ensino), por exemplo, identifiquem algumas assimetrias (pessoais, sociais e escolares) no contexto das suas performances, especificamente pelo seu desempenho efetivo se situar aquém do que seria esperado para a sua faixa etária e, portanto, ocorrer um potencial desfasamento entre o seu potencial e sua tradução em desempenhos. Neste contexto, e não se considerando determinado sinal e sintoma (por exemplo, insucesso escolar, alteração comportamental, perturbação do sono, ansiedade generalizada, agressividade não salutar, isolamento) como o “ponto de chegada” de uma intervenção clínica, deverão, todavia, merecer, como “ponto de partida”, uma análise clínica compreensiva e rigorosa (que passe pela identificação de sintomas clínicos, consequente processo de avaliação psicológica e proposta de intervenção) por forma a desbloquear potenciais constrangimentos que possam estar a condicionar o processo de crescimento e de aprendizagem.

Este formato de avaliação não poderia ser pensado de forma dissociada, em termos de proposta de intervenção, de um parecer psicopedagógico que engloba um conjunto de estratégias (em articulação com o seu contexto educativo e escolar) que promovam os desempenhos de determinada criança, nas mais diversas áreas da sua vida, o seu salutar desenvolvimento no seu contexto escolar e que possibilitem que cada criança possa investir, com curiosidade e empenho, o seu potencial.