Orientação Vocacional
O processo de orientação vocacional e profissional possibilita uma análise, metódica, atenta e especializada, das aptidões escolares e profissionais para alunos no 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário. No essencial, um processo de orientação vocacional possibilita a avaliação de três principais dimensões que, numa análise global e integrativa, permitirão traçar um perfil que aproxime os recursos (cognitivos e de personalidade), as aptidões, escolhas académicas/ profissionais e os interesses de um percurso, escolar e profissional, que exponencie todo o potencial de um jovem:
- nível global de aptidão cognitiva (ou estimativa do potencial intelectual), com a discriminação dos recursos cognitivos e das áreas intelectuais e neurocognitivas potencialmente menos investidas
- dinâmica da personalidade
- tendências de interesses, motivações e aptidões escolares e profissionais
Ao longo de todo este processo de OV, disponibilizar-nos-emos para partilhar conteúdos de informação acerca da pluralidade e diversidade de ofertas educativas e profissionais em vigor, no presente, no ministério da educação português.
Aos 14 anos, na maioria das circunstâncias, pede-se a um jovem que “escolha”. A área académica que deverá seguir. Ao longo do 12º ano (entre os 17/18, sensivelmente), pede-se que “escolha”. Um percurso profissional. Escolher é salutar. Escolhemos, todos os dias. A cada momento. Analisamos. Avaliamos. Optamos. Sintetizamos. Decidimos. Escolhemos. Mas, aos 14 anos, por vezes, passa-se a ideia que temos de escolher, de forma irreversível…o nosso futuro. O que poderá ter, como consequência, uma vivência deste processo de escolha, académico e profissional, como um processo mais doloroso, inseguro e turbulento do que, no essencial, seria desejável. Um processo de orientação vocacional e uma avaliação de orientação académica e profissional poderá, nessas circunstâncias, ter uma importância fundamental uma vez que procurará responder, através da análise, avaliação, síntese e proposta de uma área vocacional, à questão: “Qual o percurso que melhor potenciará todos os meus recursos e será mais sintónico com as minhas aptidões, interesses e dinâmica de personalidade?”.
Um processo de orientação vocacional não poderá ser concebido, porventura, como um processo “fechado”. Escolhe-se, é certo! Segue-se um “caminho”. Seguramente. Procura-se ajuda especializada, nesse sentido? Que bom! Mas será, sempre, um processo. Que não termina quando se conclui um parecer técnico e fundamentado de proposta de área académica ou formação profissional. Se assim fosse - e integrando essa “escolha” num leque sempre amplo que inclui, sem dúvida, a continuidade entre o antes, o agora e o depois, que nos estrutura, ou, em síntese, a nossa história na qual queremos ver inscrito o modo como olhamos para o mundo (e o/nos “sonhamos” e antecipamos) – correríamos o risco de posicionarmos um processo de orientação vocacional numa determinação quase prescritiva de desempenhos de uma função profissional futura que se deveria realizar, funcionalmente, mais do que integrado no modo plural e compreensivo com que, com paixão, interesse, curiosidade e acutilância, se deve escrever a história de cada um de nós, nas mais diversas fases da nossa vida. Um processo de OV, concebendo-o nesta dimensão contínua e relacional, aprimora-se com a robustez de conhecimentos que se vão adquirindo (e com a bagagem do que já se acumula nos demais anos passados). Ao longo dos anos. Questiona-se com a multiplicidade e pluralidade de áreas de formação adjacentes. Interpela e potencia um conjunto de experiências pessoais que se vão vivenciando (e que guardamos). Exige que “espreitemos” para o nosso lado. No sentido de conhecer (e aprender) com outras áreas de formação. Convive no trabalho de equipa. Multiplica-se com as experiências pessoais. Divide-se nas mais diversas etapas de formação que vamos adquirindo. E, sim, orientado por “um caminho”, não excluirá todos os múltiplos caminhos que vamos atravessando. Num ou noutro momento da nossa vida!